A mulher mais incrível que eu já conheci tinha uma personalidade forte, era de dar medo às vezes. Sabia o que queria e não se deixava rebaixar. Decidia sua própria vida e não permitia que mandassem nela. Era de ninguém e era dela ao mesmo tempo.

     Não precisava de ninguém mas gostava de estar em boa companhia. Escolhia a dedo aqueles com quem dividiria seus segredos e amores. Confiava demais mas não era tola, ninguém conseguia enganá-la e quem ousasse tentar ganharia uma passagem só de ida para fora da sua vida. Ela não tinha tempo pra quem não a fizesse bem.

     Se tivesse vontade, dançava, se não estivesse a fim, não saia do lugar. Em muitas ocasiões ficava a noite toda nas festas, mas nas vezes em que não queria chegar em casa junto com o nascer do sol, não havia quem lhe convencesse a ficar. Ela não se preocupava com rótulos e não se impedia de ser o que era. "Não é problema meu se os outros têm medo de viver a própria vida, pois eu não tenho medo de viver a minha" ela sempre dizia quando alguém tentava a impedir. E assim se deixava ser.

     Por vezes viveu amores duradouros, mas à mesma medida viveu amores de apenas um dia. Não se arrependia de nenhum deles, muito pelo contrário, tinha orgulho até das piores decepções, pois sabia que não dá pra viver apenas o lado bom da vida, assim como não dá pra viver só de amor. E por falar em amor, mesmo se não chegasse a ter o dos outros, ela tinha o seu próprio e isso a deixava ainda mais confiante. Ela se bastava.

     Mas ela não era a melhor de todas ou o modelo de perfeição. Ela era assim, uma mulher como você: linda, interessante e cheia de momentos de força e fraqueza. Ela tinha todas essas qualidades, não dá pra negar, mas nunca conseguiu vencer o medo do escuro e de altura. A mulher mais incrível que eu já conheci era assim porque eu tive a sorte de vê-la dessa maneira. Será que essa mulher é você?

Seu amigo desconhecido.