Num dia a gente é flor, é um, é simples, é pequeno. A gente só espera que a chuva nos banhe, espera que o sol nos dê calor com seus raios de luz e espera que quando o próximo dia chegar, ainda estejamos alí, plantados em nosso solo seguro.

     E aí que a gente não se percebe, se vê só como um broto menor do que somos e vemos os outros como flores maiores do que são. Muitas são bonitas e imponentes por fora, porém o mau cheiro que são capazes de exalar revelam suas verdadeiras essências. Elas tentam nos amedrontar e se acham melhores que as outras, mas nem toda beleza vem de fora.

     E crescemos, mas crescemos timidamente, com medo de que nos arranquem pela raiz, ou que acabemos por parar em um buquê de flores que no fim das contas será jogado fora. É uma vida muitas vezes de medos, e não é nada fácil, podendo ser até mesmo doloroso, pois toda flor possui seus espinhos, sejam eles externos ou internos. Mas a verdade é que precisamos deles, para que nos tornemos fortes e resistentes.

     E aí que finalmente decidimos enfrentar o incerto que existe pela frente, e então nos damos conta de que se queremos algo, temos que dar a cara a tapa. O solo seguro se torna pequeno e frágil, e os ventos sopram para que procuremos o nosso próprio sol ao invés de esperar que ele venha até nós. E então que a gente finalmente floresce, em beleza e aromas, em personalidade e autenticidade, como a mais bela das flores que mesmo sem saber, sempre fomos.

Seu amigo desconhecido.