O natal do desapego

16:43:00


     Que esse natal seja de menos presentes e de mais presenças, de mais presenças e menos conflitos. Ao invés de apreciarmos e valorizarmos a marca do presente recebido no amigo oculto, façamos isso, mas com as conversas e companhias que só vêm com vontade e com verdade nesse único dia do ano.

     Que esse natal seja de menos cobranças e mais amores, de mais amores e menos favores. Que possamos nesse dia, amar sem medo de não sermos correspondidos, que não proibamos e não nos importemos se isso acontecer. De todo jeito estará OK, pelo menos uma vez na vida. Que possamos amar e desamar, depois de novo amar e desamar, até que por fim seja possível desarmar.
     Que esse natal seja de menos joguinhos e mais sentimentos, de mais sentimentos e menos "eu tento". Que nesse dia não haja o orgulho de achar que alguém tem que dizer algo primeiro, mas sim que diga quem tiver vontade. Vontade de falar, vontade de mostrar, vontade de amar. Pelo menos uma vez a coragem tem que dar as caras, mesmo que ela nem chegue a ficar para o jantar.
     Que esse natal seja dos apegos desapegados, que gostemos mas sem querer tornar algo ou alguém nossas propriedades. Deixe livre, é melhor assim.
     E que principalmente nesse dia seja possível apenas não pensar demais e conseguir aproveitar, aproveitar o encontro, a festa, ou se for o seu caso, o filme que vai assistir deitada(o) debaixo das cobertas, só esperando mais esse natal também acabar.


Seu amigo desconhecido.

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Você não pode – e nem precisa – saber quem eu sou, assim como você não precisa se revelar para mim, a menos que queira, é claro. Aqui eu escrevo não só para você mas também em grande parte para mim mesmo, afinal de contas, todo mundo precisa desabafar, e talvez esse seja o jeito que encontrei pra mim, então procure me entender assim como eu tentarei entender você caso queira.

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