Em alguns poucos casos, há relacionamentos que são construídos com total liberdade, sem isso  de estar juntos a todo momento e sem "se você for eu vou". Só que em alguns casos praticamente nada é feito junto e às vezes nem satisfações e atualizações sobre o atual estado da relação não possuem. É cada um no seu canto e tudo certo.

     Sim, eu defendo que não devemos ser dependentes de ninguém a não ser de nós mesmos, mas de vez em quando é bom dar noticias, falar se está bem, avisar sobre os compromissos e o que mais achar necessário. Não precisamos permitir nada a ninguém ou pedir permissão para fazer  algo, isso é fato, mas não precisa desaparecer no tempo sem avisar que o vai fazer. Mesmo muita gente não gostando, às vezes receber apenas um SMS avisando já é o suficiente, melhor do que nada até. Queremos um relacionamento, não um encontro casual.

     Se não for para dar satisfações, se não for para se interessar, e principalmente, se não for para, de vez em quando, precisar um pouco mais da presença do outro o relacionamento não chega a lugar nenhum. Preciso relembrar que devemos sempre preservar nossa autonomia e a nossa personalidade com relação ao outro e não devemos querer ser um único indivíduo junto a essa pessoa, mas não precisa ser totalmente despreocupado com o que se tem e não se deve desdenhar dos laços criados e muito menos tentar desenlaçá-los só de um lado ao invés de apenas os afrouxar um pouco para que possa ser mais confortável para ambos.

     A dependência é como um tempero que, em grande quantidade estraga o prato, tem que saber dosar, nem muito, nem pouco, mas a quantidade certa. A dependência quando é aquela dos abraços apertados, dos beijos apaixonados, das conversas sinceras e das ajudas com a montagem do novo guarda roupas é bonita, é gostosa, e é bem vinda; essa não vai fazer mal para nenhum dos dois e nem para o relacionamento. Mas se for a dependência do monitoramento, da insegurança e dos ciúmes, tudo vira obsessão e o relacionamento descarrila.

     Não somos coletivos quando estamos juntos, muito pelo contrário, continuamos sendo individuais, mas geralmente confundimos as coisas. Temos que precisar do outro para carinhos pequenos e emoções simples, mas nunca para que possamos viver ou criar um novo "eu".

Seu amigo desconhecido.