Quando vocês discordam demais

14:04:00


      É muito interessante ter uma pessoa de personalidade oposta à nossa por perto, aquela pessoa que não tem nada a ver com você mas que ainda assim, de alguma forma, vocês conseguem se entender bem e se identificar pelo menos um pouco.

    Quando vocês se conhecem logo de cara não dão já tão certo porque não possuem gostos e preferências parecidos, um não gosta dos programas que o outro gosta e nem compreendem os jeitos e pontos de vista um do outro. Como ter assunto desse jeito? Essa fase já é bem difícil de ultrapassar justamente pela contrariedade que os dois são.
     Mas para os felizardos que conseguem é bastante interessante, se torna um relacionamento por tentativas: tentar fazer com que ele goste da sua música preferida, tentar fazer com que ela goste de um filme ou série, tentar fazer com que os pontos de vistas sejam entendidos e entrem em sintonia. É tão interessante e até mesmo divertido tentar convencer o outro e não conseguir mas ainda assim não desistir, tudo porque se quer ter aquele gostinho de "eu finalmente te convenci".
     Mas ao mesmo tempo há também um problema: até quando essa discordância é engraçada? Se começar com "você não gosta de festa", "você não gosta de ficar em casa", "você não gosta do jeito que eu me visto", "você não gosta do jeito que eu falo" a brincadeira logo se torna um ataque atrás do outro e cada vez mais forte. No final das contas fica aquela sensação de não saber mais por que estão juntos se nada é de gosto mútuo, como se estivessem indo em direções opostas e aquele cansaço de sempre tentar agradar ou não conseguir corresponder em todos os aspectos.
     Então para isso o principal seria encontrar um meio termo na balança entre o "eu combino demais com você" e o "eu discordo demais de você", para que assim o relacionamento possa fluir com diferenças e semelhanças que não vão se sobrepor e nem competir entre si. Vocês não precisam ser como gêmeos e nem como opostos, só precisam ser pessoas diferentes que sabem lidar e conviver com os poréns um do outro de maneira inteligente e prazerosa. 


Seu amigo desconhecido.

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Você não pode – e nem precisa – saber quem eu sou, assim como você não precisa se revelar para mim, a menos que queira, é claro. Aqui eu escrevo não só para você mas também em grande parte para mim mesmo, afinal de contas, todo mundo precisa desabafar, e talvez esse seja o jeito que encontrei pra mim, então procure me entender assim como eu tentarei entender você caso queira.

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