Olha, eu vou te falar uma coisa com toda a sinceridade que sou capaz de reunir para o fazer: eu queria muito te esquecer, de um jeito que não tivesse mais volta e que não me fizesse sentir falta, mas você não coopera comigo e não deixa que isso se torne realidade.

     A verdade é que eu não tenho muita esperança pra nós. Mas você não fez nada de errado, fica tranquilo, é só que...é você. É tudo o que você representa e que eu gosto tanto que fico pensando que não pode ser verdade e que algo está muito errado. Esse seu jeito de falar e de me olhar quando estou te contando algo, prestando a maior atenção e sorrindo com os olhos de um jeito cativante. Você me deixa sem jeito, mas de um jeito que eu gosto muito.

      Mas quando eu chego em casa e relembro tudo, duvido do que vi e senti, duvido que a indireta que você me deu sobre talvez gostar de mim não tenha sido só um achismo da minha mente ansiosa e que você na verdade tem uma queda por alguém que não sou eu. E eu sei que a minha paranóia é gigante, mas eu não consigo evitar. Mas isso é algo que só acontece quando eu não estou com você, pois quando estou, não tenho tempo pra pensar, é tudo muito de repente e sem brecha para as minhas loucuras.

     E depois de uma noite mal dormida montando listas com tópicos detalhados de motivos pelos quais você não é pra mim e me convencendo de que eu vou te esquecer, volto à minha rotina, agora de um jeito desiludido e realista. E quando eu acho que já me esqueci do que você representa e do que eu sinto, você aparece sem aviso prévio, sendo tudo o que você é e tudo o que eu gosto. E lá vamos nós de novo, pela milésima vez.

     E é por isso que eu não te esqueço, pois quando estou quase conseguindo, você decide reaparecer e me lembrar de como alguém pode ser incrível sem fazer força. Você me faz esquecer de te esquecer, e secretamente eu agradeço por isso, mas na maioria das vezes tenho raiva, por isso e por eu ter uma memória tão boa que sei que não vai me deixar te esquecer.

Seu amigo desconhecido.